Hoje meu desafio principal no Estoicismo Prático é crescer a audiência. No futuro, meu desafio principal será, provavelmente, tornar o conteúdo ainda mais útil e prático para uma audiência já grande. Ou talvez aprender a lidar melhor com as críticas, que vão se tornar mais frequentes à medida que a audiência for crescendo.
Apesar de ter ciência de que os desafios futuros serão diferentes, é comum eu pensar que tudo que preciso é vencer os desafios que tenho hoje. Como se ao superar os desafios atuais tudo estivesse resolvido, e não houvesse mais nada para me preocupar.
Mas isso é uma ilusão. O momento em que terei esgotado minha lista de desafios nunca irá chegar.
Sempre haverá uma nova “linha de chegada”. Portanto, não há porquê justificar uma ação presente com base na ilusão de que futuramente vou ter menos coisas com o que me preocupar.
Agir apenas tendo em mente onde determinada ação vai te levar vai contra o conceito Estoico de que a natureza está em constante transformação.
Esse conceito Estoico foi influenciado por Heráclito, um filósofo pré-socrático que dizia:
"Nenhuma pessoa entra no mesmo rio duas vezes, pois na segunda vez a pessoa já não é a mesma, e as águas serão outras."
Quando minha ação no presente tem apenas o objetivo de atingir uma linha de chegada, estou assumindo que a vida é um rio com águas estáticas, e não um rio com uma corrente violenta, como também escreveu Marco Aurélio em Meditações:
"Para o homem, o tempo é como um rio violento, composto por tudo que acontece. Logo quando um acontecimento é vivenciado, ele é levado embora e outro vem em seu lugar, que também será levado."
Recentemente finalizei um livro sobre o Elon Musk. Ele é um exemplo de pessoa que navega pela vida com a consciência de que ela é um rio violento:
Quando o Elon Musk vendeu Zip2 para a Compaq, ele fundou a X.com.
Quando ele fundiu a X.com com a Confinity, ele assumiu como CEO do PayPal.
Quando foi demitido de CEO do PayPal, ele fundou a SpaceX.
Quando o PayPal foi vendido para o eBay, ele apostou todas suas fichas na Tesla.
O Elon Musk sabe que não existe uma linha de chegada final.
Quando ele levar humanos a Marte, ele irá dedicar seu tempo a outro objetivo.
O propósito da minha ação no presente não deve ser cruzar a linha de chegada. Minhas ações não devem ser um meio para um fim. O meio deve ser o próprio fim. O propósito precisa ser agir da melhor forma possível, independente de onde essa ação irá me levar.
Não existe uma linha de chegada, então não há porque usar apenas o presente para tentar cruzá-la.
O universo é transformação.
E a linha de chegada é uma miragem.