Meditações continua relevante mesmo após 1.800 anos por ser um livro único. Afinal, é o diário da pessoa mais poderosa de seu tempo. Poucas obras nos permitem mergulhar nas reflexões mais íntimas de um importante personagem histórico.
Mas, apesar da relevância e popularidade global de Meditações, o livro não é tão popular no Brasil. Uma das traduções para o português mais lidas tem cerca de 90 avaliações na Amazon. Enquanto isso, é possível encontrar mais de uma tradução em inglês com mais de 4.000 avaliações.
É evidente que vários fatores tornam Meditações mais popular no exterior, como a educação, os hábitos de leitura e tudo mais. Mas eu atribuiria como um dos principais fatores o fato de as traduções brasileiras não serem fáceis de ler.
A dificuldade de leitura não se dá por Meditações originalmente ter uma escrita rebuscada. Por um lado, alguns trechos são deveras difíceis de entender. Como Meditações era seu diário, a única pessoa que o compreende por completo é o próprio Marco Aurélio. Ele não escreveu pensando que outras pessoas iriam ler, portanto a escrita não é nada didática. Por outro lado, a escrita de Meditações não é rebuscada e não exige auxílio de um comentador. A dificuldade de compreensão de certas passagens é mais consequência da tradução do que do texto original em si.
Com os exemplos a seguir, fica explícito como a tradução pode facilitar a leitura e tornar o livro mais acessível sem alterar o significado: